A obra “Casa de Bonecas” apresenta de maneira exuberante o drama cotidiano do relacionamento interpessoal no mundo das organizações e no universo da sociedade, na díade e no trabalho em equipe, na família e na empresa, entre pai e filho, marido e mulher, supervisor e colaborador, entre colegas, amigos, parentes ou vizinhos.

Hipocrisia e sinceridade, cinismo e franqueza, subserviência e dignidade, egoísmo e amor ao próximo, ódio e ternura, ambição e abnegação; os mais variados sentimentos humanos permeiam o texto de Ibsen. Produzido para a realidade do ano de 1878, teimosamente (e mais do que nunca) permanece atualíssimo e necessário para a melhor compreensão do dia a dia da vida globalizada atual.

Não há dúvida: a natureza humana é permanente e universal, no tempo e no espaço. O homem se mantém essencialmente o mesmo. É preciso conhecer a nossa essencialidade para nos tornarmos melhores como pessoa e profissional.

O relacionamento entre duas pessoas será tanto mais objetivo e saudável para ambas, individualmente e em dupla, quanto maior for a eficácia da comunicação entre elas. Em muitas interações humanas – profissionais, sociais e afetivas –, as partes não conseguem ajudar-se reciprocamente e facilitar o desempenho uma da outra, porque a comunicação interpessoal é cheia de interferências, o que a torna deficiente e precária, senão prejudicial.

A própria saúde do relacionamento interpessoal depende da eficácia dessa comunicação entre as duas pessoas envolvidas. Para que se beneficiem do relacionamento, é indispensável que consigam alcançar e preservar um alto nível de confiança mútua, a fim de que a comunicação se processe à base da ‘certeza de relações’.

De que maneira “Casa de Bonecas” pode contribuir para a certeza de relações? Demonstrando como podemos aprender a confiar mais nos outros, e ajudando os outros a aprenderem a confiar mais em nós. Confiança mútua não é um ponto a atingir, mas um processo a assumir, uma maneira de caminhar. Demonstrando, também, ser necessário produzir a afirmação corajosa da individualidade soberana, a convicção mais profunda com que uma pessoa precisa tentar sempre ser ela mesma, inteira, até o fim.