De Wagner Siqueira*
Viver em redes digitais tem significado viver com mais dispersão e menos diálogo em busca de convergências e de pontos de encontro. A sociabilidade digital não consegue expandir as interações democráticas entre pontos de vista divergentes.
Desloca as pessoas para guetos autossuficientes, em que se sobrepõem às superficialidades, simplismos, boatos, fake-news e mistificações. Cada um fixa a sua posição à espera de aplausos, de mais curtidas e de seguidores.
Perde-se a motivação e se estabelece a indisposição para interagir com os diferentes. A política sangra e se esvai. As relações humanas entre amigos e familiares também. Viramos prisioneiros de nossas próprias individualidades.
Nunca teve tanta razão Nelson Rodrigues: “as pessoas podem viver sem amor, mas jamais conseguem viver sem ódios. O ser humano é mais fiel ao ódio do que ao amor”.
Este é o espírito de nossa época: prisioneiros das individualidades, quase não damos atenção ao próximo. Nas empresas, nunca se falou tanto em trabalho em equipe, mas nunca também se valorizou tanto efetivamente o trabalho individual. O colega não é mais meu aliado e parceiro, é meu competidor e concorrente.
*Wagner Siqueira é o atual Presidente do CRA-RJ Conselho Regional de Administração RJ; membro do Conselho de Administração do IBAM e do CIEE-RJ; autor de mais de uma dúzia de livros, dentro os quais “As Organizações São Morais?”, “Gerentes que Duram”; “Estratégias de Intervenção em Consultoria”; “Os Fariseus de uma Certa Esquerda”, “Seitas Organizacionais”.
Constatação precisa da realidade do Adm Wagner Siqueira.
Penso, que mergulho exagerado nas redes sociais vem formando uma dura barreira contra o completo exercicio do sensorial. As pessoas vão deixando de lado a experiência da troca dos sentidos do olhar, do olfato, da audição, do sentir a pele e o gosto do outro. A artificialidade na convivência vai se tornando mais forte e mais fácil.
Será que um dia reagiremos como animais que se estranham no contato físico? Certamente, uma mudança nos relacionamentos corpo-a- corpo está ocorrendo; o confronto pessoal está ameaçado.
Constatação precisa da realidade. O mergulho exagerado nas redes sociais vem formando uma dura barreira contra o completo.exercicio do sensorial. As pessoas vão deixando de lado a experiência da troca dos sentidos do olhar, do olfato, da audição, do.sentir a pele e o gosto do outro. A artificialidade na convivência vai se tornando mais forte e mais fácil.
Será que um dia reagiremos como animais que se estranham no contato físico? Certamente, uma mudança nos relacionamentos corpo-a- corpo está ocorrendo; o confronto pessoal está ameaçado.