Trens e metrô parados, sinais de trânsito apagados, ruas inteiras sem energia elétrica são transtornos que os cariocas enfrentam regularmente, causados pelo furto de fios de cobre. Os ladrões são geralmente moradores de rua, que vendem esse material por uns míseros trocados, para comprar comida ou para sustentar o vício de crack ou o alcoolismo.
Esse problema é tratado erradamente como se fosse apenas um caso de polícia. É muito mais que isso. A intervenção policial é apenas um dos componentes para resolver ou minimizar essa questão que causa sérios prejuízos à cidade.
O furto de fios de cobre requer ação conjunta das autoridades municipais e estaduais. Algo semelhante ao que aconteceu na feira de Acari, que durante décadas foi conhecida como robauto, onde era vendido livremente material proveniente de roubos e assaltos, em barracas montadas ilegalmente, sem a menor fiscalização ou repressão. Uma atuação efetiva da Ordem Pública municipal, com apoio da Polícia Militar, terminou com o comércio irregular na feira.
É público e notório que os fios de cobre furtados são comprados por ferros-velhos, que proliferam por toda a cidade, sem nenhum tipo de fiscalização, alguns funcionando irregularmente, sem alvará, vendendo todo tipo de material roubado. Os ladrões sabem perfeitamente onde colocar o produto da ação criminosa, e as autoridades encarregadas da gestão pública a tudo assistem passivamente.
No dia em que os ferros-velhos forem fiscalizados regularmente, sendo obrigados a funcionar com alvará e pagando pesadas multas por venderem material furtado ou roubado, esse problema será resolvido, ou no mínimo minimizado. A população não pode pagar pelo descompasso governamental, motivados por divergências políticas ou ideológicas. Problemas reais como esse devem ser encarados em conjunto para o bem do cidadão que paga impostos.
Adm. Wagner Siqueira
Presidente do CRA-RJ e do Fórum Est. dos Conselhos Profissionais do RJ