Hospitais que amanhecem com pacientes amontoados no chão. Clínicas da Família, que compõem a rede de atenção básica, fechadas por falta de pagamento aos funcionários, já que a prefeitura do Rio de Janeiro não tem repassado dinheiro para as Organizações Sociais (OSs), que administram as unidades de saúde. É triste ver a situação crítica enfrentada no Rio de Janeiro, mais uma vez. Será que isso tem solução? Sim, mas é preciso mudar a forma de gestão.

Os cidadãos são o bem mais valioso da cidade, mas não estão sendo cuidados como merecem. A saúde que deveria ser a principal questão a ser tratada, tem sido colocada de lado. A gestão no setor da saúde é algo que preocupa. Não é de agora.  Por exemplo, tem faltado aos programas de desenvolvimento de executivos do setor público uma concepção global e sistêmica. Assim, tendo em vista o contexto em que se situa o desenvolvimento gerencial, tornam-se claras sua relevância e suas implicações socioculturais, políticas e econômicas para o país.

Nesta posição, os diagnósticos sugerem desde a incompetência até a falência ética. A outra posição é a dos que atribuem ao próprio público as falhas na prestação dos serviços. Também aqui as opiniões variam muito, desde o desinteresse generalizado até campanhas dirigidas de descrédito.

Tudo se resume na gestão e como se administra os recursos de uma cidade. Numa casa, todo chefe de família se preocupa em ter recursos para, pelo menos, garantir o básico que é a saúde, compra de medicamentos quando se precisa entre outras urgências. A cidade é a junção de milhares de famílias. E quando não se preocupa com as principais necessidades, o caos se instala.

Os problemas que cada secretaria estadual ou municipal visa a solucionar não são casos inéditos ou exclusivos. Na verdade, são filmes que se repetem o tempo todo.

O processo decisório da administração pública deve ser sensivelmente renovado. Há que se pensar em mudanças de escala e métodos para que a área de saúde do governo alcance, de pronto, os elementos que hoje operam a máquina administrativa, qualificando-os para atuar como gerentes públicos eficazes, utilizando todo o arsenal moderno de técnicas de gestão, destacando-se o uso intensivo e adequado dos sistemas de informação que, valorizados em sua justa dimensão, serão a grande cunha da renovação e modernização em todas as áreas, principalmente, na saúde. Os cidadãos merecem gestores que cuidem da cidade de modo a evitar o caos que mais uma vez se instala.

(*) Conselheiro federal pelo Conselho Regional de Administração (CRA-RJ) e membro do conselho consultivo da região Metropolitana do Rio de Janeiro