A formação de novos mestres nas diversas áreas do conhecimento cresceu à taxa de 10,7% ao ano, no Brasil, entre 1996 e 2009, conforme um estudo inédito apresentado em abril de 2012 pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE)*. No ano de 1996 foram concedidos 10.389 títulos de mestrado no Brasil. Já em 2011 foram titulados 42.830 novos mestres, um crescimento de 312,26% comparado com o ano de 1996.
Ainda de acordo com o relatório do CGEE, os mestres obtêm uma remuneração média 84% superior à dos que somente concluíram a graduação. Embora o número de mulheres com mestrado no Brasil já seja superior ao número de homens com a mesma titulação (53,3% versus 45,5%), em termos de remuneração as mulheres saem em desvantagem. De acordo com a pesquisa as mulheres ganham em média R$5.438,41/mês, 28% a menos que o salário dos homens, que recebem em média R$7.557,31/mês.
Na área de Administração especificamente o país possuía apenas 23 programas de mestrado em 1996 e chegou ao ano de 2009 com um total de 94 programas. Em 1996 formaram-se 361 mestres em Administração, enquanto em 2009 esse número chegou a 1.749, um crescimento de 484% em 13 anos. Entre os mestres em Administração 75% se encontravam em 2009 na condição de empregados, com uma remuneração média mensal de R$9.050,00.
Dados alvissareiros que precisam agora ser percebidos pela sociedade por meio de ações práticas no cotidiano das escolas de administração, das empresas públicas e privadas, muitas das quais patrocinam parcial ou totalmente a participação de seus empregados nesses programas. Será que, especialmente no campo das ciências sociais e humanas, as dissertações aprovadas se revestem de discussões factuais e da apresentação de resultados e proposições que genuinamente se preocupam com o lócus de trabalho, com as organizações e com a sociedade? Novas inquietudes que merecem ser também pesquisadas pois sempre fica aquela sensação de que quantidade de formados, no Brasil, seja na graduação ou na pós, não significa necessariamente qualidade, infelizmente.
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