A greve dos caminhoneiros

A greve dos caminhoneiros

O presidente Pedro Parente, da Petrobras, dolarizou a economia do Brasil. Ademais, está bem focado em defender os interesses dos acionistas da Petrobras, pouco se importando com as repercussões que a sua dolarização acarreta na forma de disfunções à economia do país.

Ao desmoralizar diretamente a política econômica do Ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, fica evidente que não há mais espaço para ambos no governo. Um dos dois tem que sair. Afinal, a Petrobras é uma estatal, por mais elogiável que seja cuidar prioritariamente dos interesses dos acionistas estrangeiros, principalmente dos fundos americanos. Simples assim!

Costumamos associar corrupção a lucros indevidos. Mas a corrupção não é apenas uma questão de suborno e de pagamentos ilícitos. Corromper um bem ou uma prática social, atribuindo-lhe valor inadequado, significa degradá-la.

Nesse sentido, quando os postos de gasolina espertamente aproveitam a greve dos caminhoneiros para triplicar ou quadruplicar o valor do litro do combustível, não se valem da velha lei da oferta e procura, mas de um comportamento comercial ilícito, aético e imoral de sempre querer levar vantagem em tudo.

Portanto, tais ações são passíveis de aplicação do rigor da lei, de punição por extorsão de consumidores. Eis aí uma prática corrosiva de mercado que precisa servir de exemplo, sendo definitivamente punida e erradicada de nossa realidade: a extorsão aos consumidores!

Sem sombra de dúvidas, esta situação de greve, impedindo a distribuição dos combustíveis,  remove do consumidor a alternativa de escolha. A escolha de mercado não é livre se o consumidor está em situação de absoluta dependência ou sem condições de barganhar em termos minimamente justos. Neste ponto é que a questão moral se coloca com maior força: a população não pode ser refém de extorsão por valores absurdos em decorrência da greve, por mais legítimas que sejam as razões dos grevistas.

Certamente os caminhoneiros não contavam que comerciantes espertalhões iriam se valer da greve para dar vazão à sua sanha de ganância e à falta de ética comercial.

 

Por |2018-05-24T18:30:54-03:0024/05/2018|Categories: Administração Geral, Artigo, Política|0 Comentários

Sobre o Autor:

Adm. Wagner Siqueira
Wagner Siqueira, presidente do Conselho Regional de Administração do Rio de Janeiro (CRA-RJ), Conselheiro do Conselho de Administração do CIEE e Vogal da Junta Comercial do Rio de Janeiro. Ex-diretor geral de administração e finanças da Embratur, ex-membro do CNTUR - Conselho Nacional de Turismo, representando o então Ministério do Planejamento, ex-presidente do Riocentro. Autor de livros de gestão, entre eles,  “Estratégias de Intervenção em Consultoria de Organização” (de 2021, publicado pela Amazon); “As Organizações São Morais?” (de 2014, Editora Qualitymark), “As Seitas Organizacionais” (de 2005, Editora Fundo de Cultura).

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