O paradoxo do capitalismo é que ele vai cada vez mais longe por não se dirigir especificamente a lugar algum. O mercado não tem um objetivo global! Ele nada mais é do que o encontro de uma variedade indiscriminada de objetivos individuais que buscam se realizar simultaneamente todo o tempo.
Cada qual deseja realizar sempre mais e mais. O capitalismo não tem, assim, limites intrínsecos. Ele não se limita a si mesmo. Há que se dispor de limites externos para ele se conter, se não ele vai sempre querer se expandir, conforme se referia Rosa de Luxemburgo em sua clássica obra “A Acumulação de Capital”, publicado em português pela Editora Zahar.
Por ser eminentemente parasitário, o sistema capitalista só consegue prosperar se encontra um organismo ainda não explorado que lhe forneça alimento. Mas não é capaz de fazer isso sem prejudicar o hospedeiro, destruindo assim, aos poucos, as suas condições de prosperidade e de sobrevivência. Por isso, avança sobre os planos de previdência e de saúde em todo mundo.
A questão causal das hipotecas dos subprimes da crise de 2008, e a invasão capitalista recente, depois da Guerra Fria em todo o mundo oriental, são outros exemplos, apenas ilustrativos, da sanha parasitária capitalista tão bem descrita por Rosa de Luxemburgo nos primeiros anos do século XX. Nunca suas previsões foram tão verdadeiras. Ademais, suas ideias e críticas ao Leninismo nunca deixaram de ser tão precisas. Mas, à época, não foram ouvidas e muito menos acatadas.
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