Uma das formas mais expressivas do desleixo e do descaso com que a Prefeitura do Rio de Janeiro trata a nossa Cidade é o abandono de cachorros e de gatos nas ruas. Perambulam em busca de água e de comida, de tratamento para as suas doenças.

Pior: vagam pelas ruas em busca de um mínimo de atenção e de dignidade como seres vivos. O Rio se torna cada vez mais o Inferno dos Animais aqui na Terra. É preciso erradicar esse flagelo dos gatos e dos cachorros abandonados nas ruas do Rio de Janeiro. Esta parece ser mais uma missão impossivel, diante de tantas prioridades e de impossibilidades, que degradam o cotidiano de nossa Cidade em todas as dimensões da desordem urbana.

Combater o abandono dos animais nas ruas precisa ser feito sem sacrificá-los ou confina-los em cubículos infectos, em canis imundos. O Rio precisa se transformar num bom exemplo de aplicação de políticas públicas que diminuam ao mínimo a crueldade humana, que causa tanto sofrimento aos animais abandonados por falta de compaixão.

Garantir a dignidade da saúde pública dos animais é aumentar a dignidade da Cidade, e’ elevar a sua taxa de autoestima, e’ promover a sua ascensão a níveis civilizatórios de uma Cidade que precisa voltar a ser inteligente e acolhedora, e assim voltar a ser maravilhosa.

Pouco a pouco, com leis duras e com ações concretas contra o abandono dos animais, pela aplicação de pesadas multas aos infratores e com um programa responsável de castração e de sensibilização da sociedade carioca para o problema, este quadro de circunstâncias aviltantes sera superado.

Reafirmar e apoiar medidas e ações que travem a reprodução indiscriminada dos animais, e que impulsionem a adoção, certamente terão resultados surpreendentes no nivel de autoestima do carioca.

Proibir a venda de animais em sites, pet shops, feiras, parques, clínicas veterinárias, em quaisquer estabelecimentos comerciais. Nada de vender filhotes. Que passem a promover a adoção responsável, seguindo a melhor experiência internacional, como o caso da Australia.

Acabar, por forte repressão do Poder Publico Municipal, com as fábricas de reprodução de animais domésticos, criadouros ilegais e indignos de filhotes, que obrigam cadelas a cruzar a cada cio, numa verdadeira barbárie de produção em série de filhotes.

As empresas cidadãs, de responsabilidade social, que defendem a prática da ética empresarial e da solidariedade, precisam ser envolvidas e comprometidas em programas de parceria com a Prefeitura. Que promovam a vacinação dos animais, a concessão de ração, o tratamento veterinário, o adestramento dos animais, a castração, e, sempre, a adoção responsável.
Aproveitar o dinamismo, a agilidade e a competência da iniciativa privada para a gestão de abrigos de animais abandonados. Exatamente como se deveria fazer também na gestão da Cidade com programas de “Adote Uma Praça “, “Adote Uma Escola”, “Adote Um posto de Saúde “, “Adote Uma Creche”, “Adote Um Abrigo de Idosos , de Moradores de Rua, de Menores Abandonados” . Certamente, e por que não?, “Adote Um Abrigo Veterinário “.

O varejo dos direitos humanos sempre passa por uma repartição pública. Os direitos dos cães e dos gatos abandonados nas ruas do Rio de Janeiro também passam por uma repartição pública, passa pelo servico municipal de veterinária, que precisa deixar de ser mais uma repartição engessada pelo viés burocrático para se transformar em mais um polo dinâmico de recuperação e de melhoria da qualidade de vida de nossa Cidade do Rio de Janeiro.